terça-feira, 25 de outubro de 2011

Minha Paz

Enquanto isso vou vagando pelos meus pensamentos, na incerteza de encontrar algum sinal de lógica nele

Eu costumava saber fazer isso melhor, sabe, isso de escrever o que tá dentro da gente.

Não sei se é como andar de bicicleta, porém aqui estou eu, tentando vomitar alguma coisa pr'esse enjoo passar

Tá tudo meio confuso, eu nem sei por onde começar... então decidi começar assim mesmo, na confusão da questão do início

Acho que esse sempre foi o meu problema; eu demoro algum tempo - não sei quanto, mas mais do que eu gostaria, e também não há um padrão - até começar, até entender de onde é que eu devo começar, mas uma vez na estrada eu sigo em frente!

Seguir em frente... acho que antes era só o que eu via, era só pra lá que eu olhava... olhava pouco pro lado - e achava que olhava o suficiente - hoje acho que perco tempo demais vagando no que está ao meu redor. eu nem sei mais qual é a cor do meu horizonte... nem lembro mais a estimativa de tombos, de lesões, de subidas e descidas que eu fiz do caminho que escolhi, até mesmo porquê a estrada que eu me encontro é cheia de neblina e eu ainda não tive a coragem de tirar ela daí... de lá! eu nem sei se eu sei como faz pr'ela ir embora, me deixar em paz...

Paz...
Acho que a minha é diferente, acho que a minha paz é nunca tê-la.


Campinas - 26/10/2011
00:29

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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

DIÁLOGO - Para Luiz Arthur Nunes


"A: Você é meu companheiro.
B: Hein?
A: Você é meu companheiro, eu disse.
B: O quê?
A: Eu disse que você é meu companheiro.
B: O que é que você quer dizer com isso?
A: Eu quero dizer que você é meu companheiro. Só isso.
B: Tem alguma coisa atrás, eu sinto.
A: Não. Não tem nada. Deixa de ser paranóico.
B: Não é disso que estou falando.
A: Você está falando do quê, então?
B: Eu estou falando disso que você falou agora.
A: Ah, sei. Que eu sou teu companheiro.
B: Não, não foi assim: que eu sou teu companheiro.
A: Você também sente?
B: O quê?
A: Que você é meu companheiro?
B: Não me confunda. Tem alguma coisa atrás, eu sei.
A: Atrás do companheiro?
B: É.
A: Não.
B: Você não sente?
A: Que você é meu companheiro? Sinto, sim. Claro que eu sinto. E você, não?
B: Não. Não é isso. Não é assim.
A: Você não quer que seja isso assim?
B: Não é que eu não queira: é que não é.
A: Não me confunda, por favor, não me confunda. No começo era claro.
B: Agora não?
A: Agora sim. Você quer?
B: O quê?
A: Ser meu companheiro.
B: Ser teu companheiro?
A: É.
B: Companheiro?
A: Sim.
B: Eu não sei. Por favor, não me confunda. No começo era claro. Tem alguma coisa atrás, você não vê?
A: Eu vejo. Eu quero.
B: O quê?
A: Que você seja meu companheiro.
B: Hein?
A: Eu quero que você seja meu companheiro, eu disse.
B: O quê?
A: Eu disse que eu quero que você seja meu companheiro.
B: Você disse?
A: Eu disse?
B: Não. Não foi assim: eu disse.
A: O quê?
B: Você é meu companheiro.
A: Hein?
(ad infinitum)"

Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu

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sábado, 16 de outubro de 2010

Os Sobreviventes

"que aconteça alguma coisa bem bonita com você, ela diz, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez, que leve para longe da minha boca este gosto podre de fracasso, este travo de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando. A chave gira na porta. Preciso me apoiar contra a parede para não cair. Por trás da madeira, misturada ao piano e à voz rouca de Ângela, nem que eu rastejasse até o Leblon, consigo ouvi-la repetindo e repetindo que tudo vai bem, tudo continua bem, tudo muito bem, tudo bem."









Trecho do conto "OS SOBREVIVENTES", livro "Morangos Mofados" de Caio Fernando Abreu

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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um brinde ao acaso!

Um brinde ao que não existe. :)

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Não Há Título

Eu bem que queria tentar, eu juro!
Juro e eu continuo jurando que eu queria. Na real eu queria querer, porque ultimamente nem querer eu ando querendo...
Tá meio assim café sem grão, queijo sem leite e leite sem café. Se tem, tá sem açúcar; e vamos combinar que adoçante não serve.
Se for fingir ser uma coisa, então é melhor nem ser. Por quê o parecer é que vale?
Vale mais é saber, vale mais é sentir. Vale mais é fazer pra sentir, ou sentir pra fazer... Ainda tenho dúvida da melhor ordem dos fatores (é mentira que não altera o resultado).


02/09/2010 - 18:09

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